A Polícia Militar fez até Boletim de Ocorrência, a pedido do irmão da vítima, Fábio Elói Martins
Um jovem que foi baleado na noite de sábado (9) ficou mais de 15 horas à espera de uma transferência para cirurgia. Com uma bala alojada no tórax, seu estado fica pior a cada minuto, mas, mesmo assim, não se encontra nenhum cirurgião para o procedimento que pode salvar sua vida.
Kléberson de Paiva Martins (21 anos)
levou um tiro no peito durante uma confusão ocorrida em um evento no Ponte Clube, na zona rural de Poço Fundo. Um lavrador de 50 anos de idade disparou tiros com um revólver calibre 32 depois de se envolver em uma briga. O rapaz foi atingido por uma bala perdida e um outro adolescente (de 17 anos) foi alvejado na perna. O entrevero teria começado porque o homem, insatisfeito com a recusa de uma jovem em aceitar se relacionar com ele, cortou os pneus do carro que ela utilizava e um grupo de rapazes resolveu intervir.
Trazido para o Hospital de Gimirim por populares, Kléberson deu entrada no Pronto Atendimento por volta das 23h50, quando ficou constatado que o projétil estava alojado no tórax, com possibilidade de sangramento em um dos pulmões. É preciso fazer uma cirurgia urgente. Seu caso foi colocado no sistema SUS Fácil, mas nenhum hospital da região o acolheu, ou por falta de cirurgião ou por falta de leitos. Tentativas por parte da família de conseguir atendimento particular, com auxílio de uma pessoa que emprestaria o dinheiro necessário, também foram em vão.
A situação do jovem está piorando e a família está em desespero, pois já tentou de tudo sem nenhum sucesso. Por volta das 14 horas, ele já não conseguia falar e o peito, segundo seus irmãos, está inchando cada vez mais, provavelmente por causa da hemorragia.
Estamos acompanhando os fatos e repassaremos detalhes ainda hoje. O caso completo você terá no Jornal de Poço Fundo.
BOA NOTÍCIA: Alguns minutos depois de postarmos esta nota, Kléberson finalmente foi transferido. Um leito foi disponibilizado na Santa Casa de Alfenas, e uma ambulância o transportou para lá por volta das 14h30. Ainda assim, fica o sentimento de abandono e de que a transferência só ocorreu por conta de muita pressão. Não se sabe se o jovem será operado hoje, mas pelo menos irá para uma entidade com mais recursos que o Hospital de Gimirim, que fez a sua parte, mas depende e muito do SUS Fácil (ou Sus Difícil, como muitos chamam este sistema) para casos mais complexos.