sexta-feira, 29 de maio de 2009

DINHEIRO DA PANHA USADO PARA "INVESTIMENTO" NO TRÁFICO


Três adolescentes (um deles com apenas 12 anos de idade) e uma mulher foram levados para a Delegacia de Poço Fundo, suspeitos de tráfico de drogas. A Policia apreendeu 33 papelotes de crack em pó e R$ 400, resultado da venda da droga.
Tudo começou quando a Policia Militar, em patrulhamento pelo bairro Mãe Rainha, abordou F.S.P., de 17 anos, em atitude suspeita, por volta das 21h de ontem. Com ele, foi encontrado o dinheiro. Interrogado, ele confessou que a quantia era proveniente da venda de "rocha" (crack), e que havia pedido para um garoto de 12 anos esconder o restante da droga, para venda posterior.
Os policiais foram então à casa do menino, onde estava também a sua tia (que detém sua guarda), irmãos e primos. A criança levou os policiais até o local onde estava enterrado o pote com o produto, e disse que não sabia que se tratava de crack. "Nunca vi isso. Só ouvi falar pela televisão", disse o menino, que garantiu também ser esta a primeira vez que o adolescente traficante lhe pediu para fazer este serviço. Ainda segundo o pequeno, nada lhe foi pago pelo "favor".
Outro adolescente, F.R.C., de 16 anos, apontado como cúmplice do dono da droga, também foi apreendido e todos foram levados para a delegacia. Enquanto aguardavam para serem ouvidos pelo delegado, os dois adolescentes mais velhos diziam que haviam usado cerca de R$ 200, dinheiro que tinham conseguido em três dias de panha de café, para comprar o crack. A revenda fez com que o investimento dobrasse no mesmo período (em três dias, ganharam R$ 400), e ainda havia os papelotes que foram apreendidos. Os rapazes informaram que cada unidade custa R$ 10.
F.R.C., o segundo envolvido, tinha ainda a tatuagem de uma folha de maconha gravada na perna. Questionado sobre o desenho e se isso não desperta ainda mais suspeitas sobre ele, o jovem disse apenas: "Eu uso e gosto de usar. Então tem que assumir mesmo...".
Em depoimento, no entanto, apenas F.S.P., o mais velho, assumiu ser dono da droga e do dinheiro, isentando o colega. Por conta disso, só ele acabou autuado em flagrante pelo delegado Cleovaldo Pereira, por tráfico de entorpecentes, e seu parceiro foi liberado.
Todo os menores só foram ouvidos após chegada de uma representante do Conselho Tutelar, que acompanhou os depoimentos. A mulher e o garoto de 12 anos assinaram um compromisso de retorno à delegacia para mais esclarecimentos e também foram mandados para casa.

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